Operários da const civil são submetidos ao trabalho escravo

Mais de 30 mil operários da construção civil que vivem e trabalham em cidades do interior do Piauí são submetidos a exploração que beira ao trabalho semi-escravo. A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário (Sitricom). De acordo com o presidente da entidade, Raimundo Nonato Ibiapina, o volume de obras aumentou muito por conta dos projetos do governo federal Minha Casa, Minha Vida, na área de habitação, e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na área de saneamento, mas as grandes empresas do setor da construção estão recebendo os recursos federais, sem cumprir com as determinações trabalhistas básicas, como assinar carteira profissional, obrigar a categoria a jornadas estressantes, não fornecer equipamentos de segurança, não pagamento de hora-extra.

Para o presidente do Sitricom, é inaceitável que estes projetos sejam executados, que os recursos sejam repassados para as grandes empresas e estas explorem os trabalhadores em seus direitos básicos. Raimundo Nonato Ibiapina afirmou que, por outro lado, a Superintendência regional do Trabalho no Piauí não tenha condições para fiscalizar este tipo de exploração por falta de pessoal para se deslocar para o interior.

Raimundo Ibiapina afirmou que o Sitricom, hoje, com base de atuação somente em Teresina, Dermerval Lobão, Altos, José de Freitas e Palmeirais, vai ampliar a base para todo território do Estado. Por isso, os trabalhadores da construção civil realizou, em 2009, inúmeras assembléias no interior do Estado, com o objetivo de formalizar sua atuação. Durante o II Congresso dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mobiliário do Estado do Piauí, que acontece nos dias 18 e 19, no Auditório Mestre Dezinho, em Teresina, os delegados eleitos devem votar e aprovar mudanças no Estatuto do Sitricom, para que a representação sindical alcance os mais distantes municípios.

Com a ampliação da base territorial, vamos ter condições de acompanhar, fiscalizar e denunciar a exploração, além de fecharmos a Convenção Coletiva de Trabalho, com mais forças para negociarmos um piso salarial digno e melhores condições de trabalho nos canteiros de obras?, disse Raimundo Nonato Ibiapina.

Fonte: Sitricom